segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Tarde demais... (Para você minha eterna amiga - escrito em11/01/1992)


Quando crianças, brincávamos juntas...
Naquela fase inocente, nossas inocências faziam toda nossa alegria. Bonecas, panelinhas, pula-corda, esconde-esconde, bolas...
Todo tempo que tínhamos era pouco para as nossas fantasias. Se ficássemos "de mal",
era ela que vinha para a reconciliação.
Eliza, sempre boa Eliza!!!!
Crescemos, e veio a separação.
Com 12 anos fui morar em outra cidade. Deixei Eliza e as bonecas...
Veio o namorado.Depois foram poucos os contatos. Quando encontrávamos os amigos, perguntávamos uma pela outra para saber notícias.
Depois de formada em advocacia, seu emprego necessitava que ela viesse até minha cidade. E a boa e amiga Eliza, veio me visitar... Ela diminuia sempre a distância que havia entre nós. E continuou... Cada vez que aqui vinha, dava um jeitinho e me visitava.
Então, eu casada, com três filhos, dona-de-casa. Ela, casada, advogada, com dois filhos. Ela, a boa e amiga Eliza, chegou a trazer o álbum, na época de seu primeiro filho (um menininho lindo, loirinho de olhos azuis) e estava grávida do segundo (uma menininha) o Andress e a Marcela. Queria que eu conhecesse seu filhinho já que eu, relaxada, nunca fui visitá-la, não por falta de convites. Tenho aqui o cartão dela, com telefones que deixou para eu entrar em contato e visitá-los.
Sei que a última vez que esteve em minha cidade, ela veio em minha casa, mas eu não estava. Quando nos cruzamos na minha rua, ela indo embra, eu a vi, mas ela não me viu e se foi....
Hoje, soube que a minha boa e amiga Eliza, morreu. Foi passar o fim de ano na Argentina com os sogros (o marido dela era argentino) e sofreu um brutal acidente, onde veio a falecer na hora ela, o marido e as duas crianças
Minha boa e amiga Eliza se foi sem que eu a visitasse, sem que eu conhecesse pessoalmente a sua tão amada família, como tanto queria. Acho que por ela ter sido sempre tão boa pessoa, Deus só mudou o endereço deles. Mas lá a gente não pode se ver....
Agora fica a dor, me sinto um pouco mais sozinha no mundo. Eu não fiz acontecer. Deixava sempre para amanhã. Vejo que os dias passavam em minha vida e me "acomodei" no comodismo. Poderia ter planejado uma visita para ela, ou telefonado, ou escrito, mas sempre deixando para depois. E o depois me pegou de surpresa. Para a minha boa e amiga Eliza, nunca haverá depois. Nem para mim... Resta agora sair desse comodismo do dia-a-dia, desse esperar para depois, e fazer acontecer telefonemas, visitas, "cartas", enfim, contatos, para o "depois" não pegar a gente de surpresa.
Minha boa e amiga Eliza, eu sinto tanto pelos planos que não poderás realizar aqui, pela falta que farás à tua família, e principalmente, a falta que farás para mim que não terei mais aquelas visitas surpresas...Prá sempre te amarei!!!!!

Um comentário:

  1. é a deh

    que triste mas bonita carta! pena não teres falado com ela. enfim, sempre é tempo de mudança neh, apenas é preciso querer.!!!bjussss
    ta ficando legal teu blog

    ResponderExcluir